segunda-feira, 9 de outubro de 2023

 Boa noite!

Hoje falamos sobre:


                                                                 imagem retirada da Web

Esta é uma obra que nos relata a História da Inquisição Portuguesa, tal como indica o título, partindo do ponto de vista da acção do Tribunal e, não se centrando nas sentenças finais  e respectivas vítimas.
São autores Giuseppe Marcocci e José Pedro Paiva, ambos professores e investigadores de História. 
Marcocci especializado nas áreas Política, Cultural, e Religiosa do mundo ibérico abrangendo o séc. XV a XVIII e, José Pedro Paiva as áreas Religiosa e Cultural em Portugal nos sécs. XVI a XVIII.
Elaborando uma resenha deste trabalho... 
Instituição fundada em 1536, no reinado de D. João III, tendo como fundador o Cardea D. Henrique (em Portugal), teve o seu término em 1821 no reinado de D. João VI.
Durou 285 anos durante os quais teve como objectivos combater a heresia, ou seja, lutar contra as crenças e práticas que afastavam da verdade da fé, como entendida pela Igreja, dos católicos baptizados. Os principais alvos, como réus, eram judaizantes, islamizantes, luteranos, calvinistas, bruxas, feiticeiros e os que colocavam em causa os dogmas.
Seguindo esta linha de pensamento, o principal objectivo da Inquisição era mudar o reino, subtraíndo-lhe os pecados e alinhado-o com os cânones da verdade da fé, como era preceito da Igreja Católica Romana.
O livro divide-se em cinco partes, a saber:
    1. da constituição do Tribunal em 1536 até à primeira grande crise em 1604/1605 (período que atravessa o Renascimento)
    2. a crise entre 1674/1681 vivida sob a obsessão antijudaica e contra as restantes minorias convertidas.
    3. relata a tentativa de reorganização até 1755, período de vigilância e perseguição na vertente religiosa, cultural e social
    4. trata do tema a partir da assunção do Marquês de Pombal à pasta dos Negócios do Reino, em que se dá  o gradual declínio da perseguição aos cristãos-novos, e em que o Tribunal passa a ser dominado exclusivamente pela Coroa.
    5. por último, os derradeiros meses de vida do Santo Ofício (1821), em que se descreve a sua agonia, os ritos de passagem da sua abolição, que só foi possível com a Revolução Liberal.
Por fim, resta dizer que o Tribunal tinha, no início, uma natureza mista: estava sob o poder régio e eclesiástico, e que à época muitos definiam o Santo Ofício com a seguinte expressão - "votar para morte de homens". 
Pessoalmente estou a apreciar bastante a leitura deste livro e a aprender muito.

Boas leituras e boa semana! 😊